Editorial - Mudanças na corrida eleitoral

Por Portal Opinião Pública 26/05/2022 - 10:07 hs
Foto: TSE / Divulgação

A corrida eleitoral pelo Palácio do Planalto ganhou novos contornos nesta semana. Na segunda-feira (23), o então pré-candidato a presidência pelo PSDB, João Doria, retirou seu nome da disputa. O ex-governador de São Paulo, que disse em sua saída da corrida que estava com o “coração ferido, mas a alma leve”, explicou que continuaria dentro do partido – onde foi eleito prefeito de São Paulo e governador do estado -, mas ainda não revelou quem apoiará no pleito de outubro. A tendência é que ele apoie a pré-candidata do MDB, Simone Tebet. Porém, muitas conversas ocorrerão ao longo dos próximos meses.

O que o anúncio de Doria traz, no entanto, é a expectativa de que outros candidatos se unam em torno de um nome que representaria a tão falada “terceira via”. Mas será que isso funcionaria?

Mesmo com a retirada da pré-candidatura do tucano, a polarização entre Lula e Bolsonaro ainda é muito grande. O petista aparece na liderança das pesquisas recentes, muito graças à rejeição ao nome de seu principal adversário e atual presidente da República e a lembrança que muitas pessoas têm de seus dois governos. Já Bolsonaro vem em segundo, apoiado nos cidadãos mais conservadores e naqueles que criaram aversão a Lula e ao PT, devido aos episódios de corrupção em seus dois mandatos.

Bem distante dos dois, Ciro Gomes é o terceiro colocado que busca minar a candidatura dos dois principais rivais. E só depois aparecem as pré-candidaturas de Tebet, de Luciano Bivar, do União Brasil, de André Janones, do Avante, e outros nomes. Ou seja, a ideia de terceira via, sempre tão discutida, não parece tão viável. Não neste momento, é claro.

Faltando cerca de quatro meses para os brasileiros irem às urnas, muitas conversas irão acontecer, como já foi dito acima. Acordos serão costurados, apoios serão declarados, outras pré-candidaturas poderão ser retiradas, mas ao que tudo indica, a disputa eleitoral será mesmo polarizada pelo antagonismo dos dois líderes das pesquisas.